quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Burberry - Um pouco da sua história.

O xadrez mais famoso do mundo aparece em biquínis, sungas, maiôs, bonés, cintos, gravatas, bolsas e outros acessórios. Para quem não conhece a aristocrática inglesa BURBERRY, uma boa introdução, é saber que a marca é responsável pelo desenvolvimento da gabardine. É a marca que saiu da chuva para os desfiles de moda no segmento de luxo e conquistou consumidores elegantes em todas as partes do mundo.

A história
Tudo começou em 1856, quando Thomas Burberry com apenas 21 anos abriu uma pequena loja de roupas em Basingstoke, Hampshire, na Inglaterra. O jovem aprendiz de tecelão se preocupava muito com a qualidade de suas peças, que ganharam a confiança dos ingleses e transformaram sua loja em um grande empório em menos de 20 anos. A inovação veio com a criação da gabardine em 1880, um tecido impermeável, respirável e super resistente para dias de chuva, que virou matéria-prima de capas de chuva e da indumentária de exploradores e esportistas. O tecido impermeável, macio e chique caiu perfeitamente bem sobre a chuvosa Inglaterra e ainda como opção para o lazer no campo e no mar, tão comum entre a aristocracia da época. A invenção seria patenteada em 1888. Pouco depois, em 1891, com o nome de Thomas Burberry & Sons a empresa inaugurou uma nova loja na região de West End em Londres. Devido á praticidade da gabardine, em 1895, Thomas foi chamado pelo exército britânico para desenvolver um casaco para os oficiais, que seria o antecessor do trench coat (casaco de trincheira). Era o surgimento da famosa capa de chuva, adaptada ao estilo militar.

Em 1911, equipado com casacos desenvolvidos pela BURBERRY, o explorador norueguês Roald Amundsen se tornou o primeiro homem a cruzar o Pólo Norte. Pouco depois, em 1914, a marca foi comissionada pelo escritório de guerra para adaptar o antigo casaco dos oficiais para combate. Adicionou eqaulettes e argolas em forma de “D”, e ali nascia o verdadeiro trench coat, um casaco extremamente quente e resistente. Nos anos 20, o tecido xadrez (bege, preto, vermelho e branco), introduzido em 1924 e logo depois patenteado, que é marca registrada da BURBERRY, foi criado e usado no forro desses casacos. O trench coat, forrado com tecido xadrez, ganhou as ruas, se atrelando cada vez mais a um conceito de elegância, que vestiu de políticos a estrelas de cinema, como quando foi utilizado pelos atores Humphrey Bogart e Ingrid Bergman no filme Casablanca. Em razão da importância da marca no mercado britânico (e mundial), em 1955, a BURBERRY foi condecorada com uma Royal Warrant (uma menção honrosa dada a comerciantes e marcas), pela majestade Rainha Elisabeth II. Também neste ano, a marca foi comprada pelo grupo Great Universal Stores (GUS).

A marca começou sua internacionalização somente na década de 70, quando uma loja âncora foi aberta em Manhattan. Mas nem tudo foi glamour na história da tradicional marca britânica. Na segunda metade do século XX, a marca em si ficou perdida no acelerado mundinho fashion e relacionada a um público acima de 50 anos. A clientela da marca BURBERRY dividia-se entre velhinhas de bochechas rosadas e turistas japoneses de passagem pelo Reino Unido. As lojas mais sofisticadas nem sequer tinham estoque dos seus produtos e a empresa parecia condenada a uma caretice eterna. Mas, a reviravolta começou em 1997 quando a empresa GUS (que detém a maior parte das ações da BURBERRY) convidou a americana Rose Marie Bravo, presidente da tradicional loja de departamentos Saks Fifth Avenue, para ser a principal executiva da marca. A partir dali, se iniciou o processo de criação de uma nova imagem: uma BURBERRY fashion. Uma de suas principais providências foi recrutar Roberto Menichetti, ex-estilista de Jil Sander para comandar a criação das novas coleções da marca britânica.
Em 1999, ele desenvolveu uma linha de vestuário chamada BURBERRY PRORSUM (mesmo nome que aparece na bandeira do símbolo da marca), que possuía produtos com um valor um pouco mais caro, misturando estampas e cores, sobrepondo peças, embaralhando o clássico com o novo. Outra providência da executiva foi contratar o fotógrafo Mario Testino para cuidar das campanhas publicitárias e recrutar Kate Moss, a modelo que tem a imagem mais valiosa do mundo da moda, para ser a garota-propaganda. Resultado: sem perder os tradicionais compradores, a faixa etária do público mudou de 50 para 30 anos. Ou melhor, se expandiu: agrada de avós aos netos e também à quarta geração da família, já que a marca começou a desenvolver sua linha infantil e baby. Mas o time só ficou completo em 2000, com a chegada do estilista britânico Christopher Bailey, vindo do Grupo Gucci.

Dados corporativos
● Origem: Inglaterra
● Fundação: 1856
● Fundador: Thomas Burberry
● Sede mundial: Londres, Inglaterra
● Proprietário da marca: Burberry Group plc
● Capital aberto: Sim
● Chairman: John Peace
● CEO: Angela Ahrendts
● Estilista: Christopher Bailey
● Faturamento: £1.27 bilhões (2009)
● Lucro: £81.4 milhões (2009)
● Valor de mercado: US$ 4.8 bilhões (março/2011)
● Valor da marca: US$ 3.110 bilhões (2010)
● Lojas: 400 (+ 47 outlets)
● Presença global: + 85 países
● Presença no Brasil: Sim (2 lojas)
● Funcionários: 5.700
● Segmento: Moda de luxo
● Principais produtos: Roupas, sapatos, acessórios e perfumes
● Ícones: O xadrez de suas roupas e acessórios
● Website: www.burberry.com

O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca BURBERRY está avaliada em US$ 3.110 bilhões, ocupando a posição de número 100 no ranking das marcas mais valiosas do mundo.

A marca no mundo
A BURBERRY vende seus tradicionais produtos em 140 lojas próprias e 262 unidades instaladas dentro das mais sofisticadas e chiques lojas de departamentos do mundo. A marca conta ainda com 47 outlets e lojas virtual em mais de 27 países. A linha de acessórios representa aproximadamente 25% do faturamento da marca, que está presente em mais de 85 países. A Europa responde por 44% do faturamento anual, seguida pelas Américas (27%) e Ásia (24%).

Você sabia?
● A transformação da BURBERRY em um dos maiores fenômenos da indústria da moda é apontada como um bem-sucedido e famoso case de marketing. E virou até verbo. “Fazer uma Burberry” significa hoje tirar a poeira de uma marca tradicional, modernizar as coleções e, claro, vender horrores.
● O sucesso da marca britânica entre os jovens é tamanho que sua página no Facebook conquistou mais de 4 milhões de fãs e seguidores. Uma conquista e tanto para a até então recatada e clássica BURBERRY.

Jackeline Roque.

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